quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Cine Bodó como Resistência e Desconstrução


A terceira edição da Mostra Itinerante de Audiovisual – Cine Bodó, vai ter início no próximo sábado, 9 de dezembro, às 19h, na Praça da Liberdade, no bairro Riacho Doce, zona norte de Manaus. A Mostra terá mais três datas de exibição, terminando no dia 23 de dezembro, na Praça Central do bairro Armando Mendes, zona leste da cidade.

Nesta terceira edição, 144 filmes foram inscritos. Destes, 44 foram selecionados para participarem dos quatro programas que formam a mostra: Meio Ambiente e Sociedade; Preconceito Racial, Sexual e Social; Educação e Política; e Espiritualidade e Arte.

Programação de Formação na primeira edição, 2015. Foto: Juliana Rosa Pesqueira.

Tendo como uma das suas finalidades a descentralização da exibição de filmes na capital, a mostra teve seu início em 2015, percorrendo comunidades da periferia de Manaus e entorno, exibindo curtas-metragens brasileiros de destaque em festivais nacionais e internacionais. Buscando desenvolver plataformas de interação entre realizadores que já possuem reconhecimento, com pessoas que estejam iniciando no audiovisual, o Cine Bodó exibe filmes que possuam em suas temáticas, a desconstrução, resistência e reflexão acerca do momento político, social e artístico contemporâneo do Brasil.

Para a mobilizadora da mostra, Dheik Praia, esta terceira edição conta com uma participação ainda mais ativa das comunidades: “Nesta edição os moradores dos bairros que vão produzir a mostra. O presidente da associação comunitária, Josimar Gadelha, juntamente com o professor José Nepomuceno que vão levar adiante no Armando Mendes e na Comunidade da Sharp; os professores companheiros, Ina Santos e Ivan Nascimento, estão movimentando o Riacho Doce; já o Parque das Tribos, que abraça a proposta pela primeira vez, conta com professora Cláudia Baré, juntamente com Vicelônia Martins e Joilson Alci”, destaca.


Montagem da Tela de Projeção durante itinerância. Foto: Junior Moraes.

“Ao descentralizar o processo de construção, marca-se um passo, um avanço. À medida que se consegue mobilizar pessoas da própria comunidade, se tem uma parcela de garantia que elas estão interessadas no conteúdo proposto pela itinerância”, afirmou a Profª Ina Santos, mobilizadora da Comunidade Riacho Doce.

A Mostra contou com uma curadoria diversa, que envolveu Brasil, Peru e Bolívia. Fizeram parte Fernanda Brescia, militante feminista, que visa a diminuição das desigualdades a partir das ações que permeiam o audiovisual; Ivan Molina, documentarista boliviano e diretor da Escuela de Cine e Artes Audiovisuales de La Paz; Laly Indacochea, realizadora peruana, gestora e curadora do Festival Sembrando Cine; Pedro C. Pardim, estudante de cinema da UFF e ensaísta de crítica; e Débora Ykamura, investigadora de processos intuitivos de borda.


Roda de Conversa sobre Cineclube com profº Tom Zé, durante
Feira do Livro do Sesc, em 2015. Foto: Bárbara Umbra.

Praia afirma que realizar um projeto como este, sem um financiamento fechado, gera alguns percalços, mas que o resultado tem sido satisfatório: “Fico muito grata de termos recebido filmes maravilhosos no período de inscrição; não se pode exibir todos, mas o realizador vai seguir em construção. Penso ser importante ter aquele filme que circula no Brasil e no exterior, circulando nas entranhas da periferia. A tendência é que o Cine Bodó crie raízes ao longo do tempo, seja com itinerância anuais, bienais ou trienais. O que mais desejamos para as próximas edições é retornar ao tripé iniciado em 2015: formação, exibição e conversa”, finaliza.

A Mostra está sendo mobilizada pela Praia de Água Doce, em parceria com a Amacine Futuros Cineastas e Movimento Candirú. Nesta edição conta com o apoio da Secretaria de Estado de Cultura do Amazonas, Eparrêi Filmes, Picolé da Massa, Amabam (Associação dos Moradores do Bairro Armando Mendes) e Parque das Tribos. Para a equipe, a próxima edição não está longe, logo as portas estão abertas para receber novos parceiros, com direito à pipoca e piracuí.


Exibição da Programação no Bairro Armando Mendes - Foto Junior Moraes

PROGRAMAÇÃO CINE BODÓ

Com início neste sábado, o Cine Bodó vai até 23 de dezembro. Neste ano, pela primeira vez haverá uma sessão fora do Amazonas, na Comunidade de Nazaré, em Porto Velho, Rondônia; e uma exibição em um Cineclube, com filmes para público restrito.

Segue a programação completa:

09.12 - Riacho Doce, Praça da Liberdade.
16.12 - Parque das Tribos, Centro Escolar Indígena.
22.12 - Comunidade da Sharp, Rua CCE.
23.12 - Armando Mendes, Praça Central.

Novidades:
22.12 - Comunidade de Nazaré, distrito de Porto Velho.
A confirmar - Cineclube Centro de Manaus.



Sempre às 19h.

Informações: mostra.cinebodo@gmail.com

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Release: Diego Bauer, Sócio-fundador da Artrupe Produções Artísticas.

Mascote da Mostra Itinerante de Audiovisual - Cine Bodó

terça-feira, 7 de novembro de 2017

De repente, não mais que de repente ~


Não pretendo me prolongar, mas é necessário dizer que hoje é um dia especial. Eis um novo ciclo, mais uma vez... hoje, melhor que ontem. Algumas pessoas por perto, alguns direcionamentos a partir de caminhos e decisões tomadas... necessita um porém? O significado das letras passa batido e como é um pedaço de memória, vou me reter e citar elementos para o eterno retorno. 

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Manutenção é uma questão de escolha, prioridades. 
Tempo é diversão, tocar a bola de modo sincero.
Movimento é um til, céu azul anil.

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Segue pequeno registro de importâncias para este ano.  Cheguei na Bahia, me firmei na UFRB, agora que as aulas vão começar, gostaria que a flexibilidade acadêmica existisse, mas vou precisar me superar. Pra ser sincera é um sacrifício estudar, estudar de verdade sem enrolar. Bodozin está na biqueira e eu aqui, sem eira nem beira, vendo o futuro nas bifurcações das encruzilhadas. Acho que o novo chegou, de novo! Vamos lá, degustar, vivenciar, se apaixonar ~

domingo, 15 de outubro de 2017

O quê estou fazendo da minha vida?


"Pra cumprir um hábito, uns rabiscos" foi o título da última postagem por aqui; sobre rabiscos, tenho rabiscado um monte de lixo, aglomerado de palavras sem sentido. Se um incêndio acontecer, não vou me esquecer que no fundo era apenas papel. Sobre um hábito, falta a leitura. Por isso e nada mais, dá vontade de voltar.

Cine Bodó bate à porta, como quem espera resposta. Estive feliz, mas não sistematizei, pois agora a demanda da vez, vamos ver o quê será possível fazer? Como se pode conceder? Como as coisas irão acontecer? Bater de porta em porta, né? Vergonha na cara já saiu de cena!

E se nada acontecer, você fez questão de se mover? De alguma forma, o quanto a segurança sustentar, tripé. Lembrei das pernas gigantes do nosso beababá.... de alguma forma vai estar? Trapiche, ponte, palafitas... aqui pelas bandas da orla de lima Palafita é restaurante caríssimo.

Preciso de um tripé. Já filmei um monte.... de imagem de arquivo? É pois edição que é bom, nada de mobilizar. Aliás, edição, ponderação, construção real; nada? Da frase que anda guiando fica a tal da "manutenção, tempo e movimento"; talvez por isto e pra isso a exposição. Pedaços.

Sair para entender o sentido das coisas requer intuição; segui-lás sem interrogação é questão de refrão. Mais uma vez ele pesa, pondera situação na contramão. Talvez você não me entenda, apenas feche a aba, tudo bem... depois de um tempo sem a prática do hábito, habita um porém.

A insustentável leveza do eterno retorno me persegue, aquele alvoroço. Perfume do invisível?

Mando mensagem para os que gosto, depois escolho outro. Outras. A internet realmente deixa muito à margem. Lembrei da artista paraense sendo carregada pela rua, de modo arbitrário; lembrei do ouro que é retirado da mineração; lembrei das crianças e dos professores. Fazer o quê com lembranças?

Soube da mudança do secretário pela minha irmã, toda engraçadinha. Elizabeth tem a gargalhada esticada, como quem se estende. Nuvem, sombra de carinho.... sinto falta dela, de não acompanhar seus primeiros passos, um pedacinho pelo menos... ainda fico me perguntando como ser tia, pode?

Entre serpentinas, dissoluções e decisões. Espero você me sufocar pra avoar, mas e a falta do caminho próprio? Solidão? Entrelaçar sonhos não é algo pra se ter convicção; certeza mesmo só depois de uns anos. Como se refazer com você? Sonho solitário é só um sonho solitário...


Frame de um Videoarte argentino sobre o período de Ditadura no país.
Exposto na primeira Bienal do Sul, com países do mundo inteiro.

O fato de eu fazer de conta que não me importo com os olhares alheios, faz eu falar de mim neste momento. Na realidade o intuito do "Nuvens de Praia" é outro, estou fugindo ao tema pois talvez seja necessário. Agora poderia ir assistir um filme, escrever e-mail, ler um livro, Não? Procrastinação!

É um pouco escandaloso deixar as questões semelhantes aos quesitos de construção, pra quê manter? Como algumas reflexões nos levam à uma prática coerente ao que pensamos do caminho? Pois seguir com as bases consolidadas ao longo do caminho é uma questão de escolha. Vai me conceder?

Fazer de conta que não se importa é performance do baixio das bestas... grito de afirmação.

Relacionar uma realidade presente diariamente ao colocar a cabeça no travesseiro, não me diminuiria o fardo, então o pior deixo guardado pra mim. Ministério da Cultura, poderia ser um lembrete dona Dheik? O Curta Novembros? Os ensaios do caminho? As dívidas de Manaus? O roteiro inacabado?

Não sei. 

Por isso me ponho aqui, estagnada, parada, esperando o portão abrir, podemos rir? Alguns diriam que era pra chorar. Não vou desesperar.... o Antropólogo sempre diz que não adianta se debater, o quê é razão de ser não está aqui pra esclarecer, deixe acontecer. Tome as rédeas, pense no final. Terreiro.


Uma homenagem à Eparrêi Filmes, Artrupe produções e Rio Tarumã Filmes.

Agora vou falar de uma pequena mágoa; sim, mágoa de cinema.... gosto dos números, mas nem sempre eles compõe o quê chamo de rastro equivalente, fazer o quê não dá pra saber? Gostaria de ter contribuído na terceira proposta, mas não foi possível. Será na sétima, décima primeira?

Aí a questão já é performance; e segundo ele a qualidade da performance é o quê vale prender atenção, pois é né? Precisa convencer mana, além do mais, como vai se debater essa coisa de crédito, mérito, qualidade? Música para nossos ouvidos, música meu amor... música! Rima?

Não rima a fraqueza... você não pode ser fraca, não pode não saber, não pode esmorecer! Ah gente, como as mães são fortaleza! As mães que vão definindo e guiando, as mães são mulheres. Mulheres precisam ser respeitadas. Misturei tudo, mas é apenas uma linha transparente. Sem preocupação.


O charme do café da manhã da pequena burguesa, da performance perfeita.
A violência da ditadura, do racismo, do fascismo, do machismo.
Frame de um tema da BienalSur. Lima-Perú.

Então, como seguir as diretrizes? Consegue seguir o plano? Lembro que a primeira curva na nossa distância foi por conta das mudanças de ideias sempre e sempre sempre; sim, ela estava certa e continua certa, fazer o quê? Ele também fala das mudanças.... quero seguir as diretrizes.

Já me perdi do ser humano que fui há uns dez anos atrás, menina que caia na rede de pesca, menina que se jogava sem pressa... Hoje sinto a mulher se esvaindo em incertezas; suportando a realidade com amigos lindos que lembram da beleza de ser e estar ~

Enfim, não pretendo me alongar... era só pra ser uma lembrança da falta de continuidade que ando desenvolvendo, mas prometo ser mais sucinta e objetiva na próxima publicação. Por hora, vou tentar chegar na Bahia... apesar  achar que vou ficar com saudade de Bogotá. O que me restará?


~

quarta-feira, 31 de maio de 2017

Pra cumprir o hábito, uns rabiscos despretensiosos


O semestre tem passado tão rapidamente que nem tem dado tempo editar os pensamentos para escrever; mal tive espaço pra finalizar doismiledezesseis, daí tudo já bate à porta com pressa de ação, monte de remessa com endereçado à manutenção.

Cine Bodó, por exemplo... haverá uma terceira edição? É necessário, como poderia sem um tostão? Por falar em tostão, ainda não desapeguei do Pranto, quanto lamento, só falta o luar que de poético, não tem nada. Depois do último e-mail do MinC, precisei voltar, mas saí de novo... em uma brincadeira de títulos, me restaria a “Rota do Papel”. Oremos.

Mas como requerer as demandas de construção, se as dicas transcritas se acumulam? Nem sei o significado das palavras, muito menos das ações entrecadeadas rapidamente pela costura das linhas de vida, movimento me faz guiar, mudança requer paciênciá.

Fala-se tão mal da compostura de alguns aspectos relevantes; como subtrair? Não entendi, não é pra você leitor... é apenas para mim. Um guia, roteiro, mapa, conselhos rápidos de ações transbordantes. Mas voltemos à narrativa rítmica da vida convencional, algo pouco habitual aqui pelas nuvens.

Neste exato momento estou na casa de Marcia Mura, localizada às margens do Rio Madeira, Nazaré, distrito de Porto Velho, Rondônia. O que vim fazer aqui? Tenho descoberto dia após dia... a priori desenvolver uma vivência de audiovisual, que conjecturamos em meados de 2015, lá pelas bandas da Maloca querida, no Condomínio Residencial da Universidade de São Paulo... nem lembro o número do Bloco; mas me alembro que conheci um rapaz na fila da exposição da Frida Kalo, lhe ofereci cópias de fanzine em troca de alguns trocados, ele disse que não tinha dinheiro, mas caso eu quisesse, poderia visitar-lhe na Usp, gostei da ideia... quando me dei conta, estava dormindo em sua casa há semanas, conhecendo seus amigos, compartilhando sensações, experiências e tudo o mais; no meio de todo esse vuco-vuco que a vida possibilita à quem se joga na estrada, conheci a maravilhosa Mura do Rio Madeira.

Aqui estou!

Daqui há pouco vou pra escola, dar continuidade à vivência com os alunos dela e postar o texto que escrevo no blog; talvez tente postar uma ou outra foto no facebook, ou no instagram... ta vendo? Eu deveria me preocupar em responder o e-mail do Ministério da Cultura, mas não. Vou projetar energia em uma atualização de status em rede sócia, que em nada contribui ou diminui; apenas uma continuidade de memórias, de instantes passados que um dia serão esquecidos. Tem alguma coisa errada aí... mas de errado mesmo tem essa minha relação que ando desenvolvendo com o russo, mas isso são outros quinhentos. Mais de décadas, uma quase colonização visto que todos os residentes na América do sul são Mexicanos, na opinião dele.

Falando de mundo, preciso lembrar da quantidade de venezuelanos que conheci no barco (trajeto Manaus-Porto Velho), a grande maioria estava indo pro Chile. Se não fosse as brigas com o Russo, poderia ter desenvolvido conversas construtivas... ta vendo essa relação de vampiro? Ainda preciso de uma postagem poética em homenagem à esta temporada de minha vida...

Na realidade, preciso ponderar o sentido das coisas, principalmente as produtivas,.. Claro! dia desses li num livro interessante de uma paulista, que as ponderações são desnecessárias; li em outro que o tempo é feito de instantes e neste instante desejaria saber onde tudo isso dará... Parece não ter lógica. Mas gostaria de dar um pulo rapidinho em 2055 e voltar, seria mais fácil.

... o semestre está quase finalizando e eu estou muito confusa; decidi abrir mão do terceiro curso superior, se for possível, vou tentar me inscrever em alguma universidade que tenha curso à distância... decidi que preciso ler, ler, ler tudo o quê puder pelos próximos três anos. Li pouco até hoje, preciso recuperar o tempo perdido, se não vou continuar perdida... sem rumo, sem causa, sem sentido. Pronto.

quinta-feira, 30 de março de 2017

Qual o sentido?


Há alguns anos decidi que quando não estivesse trabalhando, não ficaria por Manaus, por motivos quase óbvios; mas muitas das vezes sair não é tão fácil quanto parece. Decidi visitar novamente BH, mas pensando na matrícula que fiz pelas bandas da Bahia, Rio e Recife. Pra onde a vida me levará afinal? Vejamos!

Depois de um mês, eis que o anjo protetor dispõe de uma possibilidade de construção ritmada com as demandas pessoais. Nem deveria escrever nada, mas me comprometi com 2017, então vou tentar resumir. Na realidade eu precisaria de uma câmera, ainda não é a realidade.

Sujeitos protagonistas ativando o ser audiovisual, como movimento de libertação e proteção, como forma... uma pergunta recorrente é como as coisas derivam das ciências direcionadas. Tudo tem uma forma, eis uma produção. Recortes do que é necessários visualizar à longo prazo, o que faz sentido afinal, nesse caos que é a existência humana?

Pensar como desenvolver um ritmo de existÊncia que não se distancie do real desejo, atrelado à pequenos circuitos de construção. Ser homem, ser mulher... legitimar. Processos. Pensar em um recorte palpável ao meu momento presente, como uma espécie de rastro. Alguém se importa?

Palavras pra ler depois e tentar entender... chega de férias, vamos voltar ao trabalho. Concentração com refrão, auxiliar processos de construções. Se firmar. Se impor é importante, saber quem se é e onde se quer chegar, fundamental! Campos de força e concentração. Vá trabalhar ou estudar maninha, vá!

sábado, 25 de fevereiro de 2017

Entre serpentinas, dissoluções e decisões!


Fevereiro é sempre do mesmo jeito... nessa edição mais glitter que nunca; particularmente não estou na pilha toda. Pra ser sincera, ao longo da vida nunca estive muito... Depois que cheguei aqui pelas bandas de Belo Horizonte, a única demanda que me tem feito perambular pela cidade é a necessidade de repassar os curtas em DVD e os fanzines, pra pagar o aluguel e comer, Mangueio!

Alguns pontos turísticos despertam curiosidade... novidades são sempre interessantes, não saber e perder-se. O cheiro da cidade, o tempo, os rostos, as disposições, as vontade, tudo beira reciprocidade!

Se desligar de um circuito tradicional e confortável requer algumas quebras de ritmos, confesso ser bom sentir o sabor do receio do próximo passo. Porém,  no fim das contas, escolhas... decisões. Como quem aposta na sorte, decidi por aqui me demorar, mas são outros quinhentos. O principal motivo da tal atualização está no início da quinzena... Gravação do curta-metragem "Novembros", talvez ele demore a sair. Mas preciso terminar o que começo, viu... leu dona Dheik?! 

Ano passado não foi fácil pra ninguém, no momento das turbulências sabemos se temos amigos ou não, forte motivo de distância ou aproximação. Assim sendo, o caos virou arte, dando origem à um roteiro experimental do que viria a ser o curta. Convidei a amiga atriz, ela gostou da proposta e topou... aos poucos formos afinando o interesse de quem topava trabalhar em projeto sem financiamento e a disponibilidade de tempo dos envolvidos.

Hoje, dinheiro é o X da questão... assim sendo, proclamei aos quatro cantos do mundo que este seria o último curta mobilizado sem orçamento. Ao repetir isso dezenas de vezes, percebi que ainda assim, alguns amigos se disponibilizaram... filme da vida é magia!

Mais uma vez em uma bifurcação, então... Qual sua decisão?


domingo, 22 de janeiro de 2017

A insustentável leveza do eterno retorno ~


Título bonito, né? Dois autores maravilhosos, um tenho comigo, o outro nunca terminei um livro sequer. Aliás, li pouco na vida, mas uma vez que um livro me cativa, certamente vou dar um jeito de tê-lo comigo novamente, só pra ter o prazer de riscá-lo, apontá-lo e meses depois abrir em uma página qualquer e encontrar a resposta para a questão da vida - naquele momento; pensando bem, acho que isso vale pra vários aspectos, mas não vem ao caso no momento. 

Não existe um assunto fechado que me faça dispor de uns minutos de atenção para reunir palavras em prol de uma atualização, assim como não existe intenção nas atualizações no feed do Facebook, apenas reflexão do momento, divulgar ali para os contatos, nada importante, nada demais. Decidi que neste ano vou escrever mais por aqui, atualizar de uma forma livre mesmo, sem ligar muito para a percepção do outro e sim para o rastro do sentir.

Eis um registro pessoal, afinal de contas, escrevo pra mim. O blog é MEU e escrevo o quê quiser, com direito à "errinhos e repetições". Mas pra começar o ano, vou fazer um ponderamento das situações ocorridas de modo despretensioso...

Primeiramente Fora Termer, não podia faltar né... poxa, tanta coisa ruim ocorreu em tão pouco tempo! Brasil em um completo caos político e todos nós com as mãos atadas, afinal de contas quando podemos virar o jogo, a gente vira o copo... infelizmente! Ainda acho que o "Fora Temer" pode resumir 2016. Daqui vinte ou trinta anos quando falarmos "Fora Temer", as pessoas vão levar mão até o coração e vão fazer um cara de desespero seguida da frase: "Não, por favor... de novo não!". Mas nem vou me atrever a comentar pois todo mundo já sabe, a história está aí, outros batem panela!

Segundamente e em outro parágrafo, descobri que preciso estudar... minha irmã fala que tenho a síndrome da eterna estudante, mas mana, né que tenho mesmo? E preciso aprender muito, muito e um pouco mais. Fico na dúvida se estudo mais Cinema ou História (Antropologia, Ciências Sociais), parecem cursos que se complementam; se eu tivesse um produtor executivo à minha disposição pra justificar todas as narrativas mirabolantes que passam pelas mãos e marcam o word, estudaria Cinema. Mas na minha juventude fui apressada e quis logo partir para a prática, ao invés de me concentrar na formação de base, então preciso escrever projetos técnicos que permeiam a sociedade e o tempo em que vivo, vou acabar optando pelo curso de História.

Mas falando em formação é invocado! Tenho uma amiga que cursou sete semestres de ciências sociais, alguns de psicologia, outros de administração e findou pegando o diploma de Cinema, gente... pense nessa mulher super preparada, empoderada e engajada com a nossa atual conjuntura! Depois que ela virou minha amiga pensei, "Cara, o exemplo está aqui na minha frente... o quê vou fazer da minha vida?". Como não levei um notão no Enem, Cinema já está fora de cogitação; ok, terminei UEA e tal, mas sei que algo me falta, muito por sinal. .. formação de base! 

Sobre o ano passado, sem falar das relações complexas que tive que ponderar com alguns seres humanos... ainda bem que os pensamentos não se transcrevem automaticamente, caso contrário já iria surgir fotos de personalidades aqui, seguida de alguma expressão whatsappeana.

Voltando, fiz duas coisas muito importantes ano passado, "Mundo de Papel" e "Territórios", se fosse resumir o ano seria basicamente isso. O primeiro, um curta escolar que foi resultado de uma Vivência de Cinema na Escola Estadual Ruy Alencar, financiado pela Capes, através da UEA. O segundo uma Série Documental produzida pela Eparrêi Filmes, com financiamento de uma Linha Documental do Prodav; dois produtos e a memória já se põe a desencadear uma gama de informação, pessoas, aprendizados, interessante a mente humana!

Também rolou segundas edições do Sarau Cinemá, com muito batuque do Maracatu Pedra Encantada, impressão do Fanzine, decoração e tudo o mais.. foi um belo evento. Simples e bonito! Já o Cine Bodó foi mais simples em sua segunda edição, tocamos a bola sem financiamento direto mas com o apoio de algumas instituições: Sesc Amazonas, Amacine Futuros Cineastas, Movimento Candirú, Picolé da Massa Produções, Eparrêi Filmes, Praia de Água Doce e Universidade do Estado do Amazonas. Trabalhamos apenas com a Exibição de Filmes; oficinas de formação e roda de conversa ficaram engavetadas, essas atividades exigem muita dinâmica, mobilização e logística... isso demanda dinheiros. A novidade foi abrir inscrições para todo o Brasil, uma experiência única receber centenas de filmes dos mais variados estilos, nossa, isso vai ter repeteco agora na terceira edição. Para os dois projetos, tivemos um público e uma receptividade à seu modo, a ponto de valer a pena pensar na terceira edição de cada um. É isso produção!

E no fim, bem no finzinho do ano tenho uma surpresa boa, diferente e inesperada. Um diretor de Boa Vista-Roraima, me convidou para interpretar, obs: interpretar e não figurar, uma personagem em seu primeiro curta-metragem. Ele é rodado em documentários, mas "Lubna" é seu primeiro de ficção e eu fiquei muito agradecida pela oportunidade, daqui prali o filme sai... abracei a chance e me joguei, espero não ter decepcionado sua escolha e expectativas ao realizar o convite, confesso estar ansiosa. 

Mas na realidade não posso recapitular pedaços de importâncias distribuídas em um ano de doze meses, então cito alguns títulos como forma de memorizar alguns percursos; pra depois, bem depois daqui uns anos, vir aqui matar a saudade ou refletir sobre o ontem e o momento que estarei... pois bem. Estamos em Janeiro e já estou ponderando o porvir. Para que as coisas aconteçam é necessário se ter planejamento, aprendi com essa minha amiga, aliás aprendo muita coisa com ela; não vou nem espalhar muito pois tenho ciúmes dos meus amigos! Então, lá vamos nós... curtir os últimos anos na casa dos vinte, pois logo menos daqui há pouco vou ter que encarar os fatos, e levar a vida à sério, ou não... mas de todo modo, melhor ir logo se preparando. Até mais srt. Praia!

Ei, trinta é a lei ~