domingo, 15 de outubro de 2017

O quê estou fazendo da minha vida?


"Pra cumprir um hábito, uns rabiscos" foi o título da última postagem por aqui; sobre rabiscos, tenho rabiscado um monte de lixo, aglomerado de palavras sem sentido. Se um incêndio acontecer, não vou me esquecer que no fundo era apenas papel. Sobre um hábito, falta a leitura. Por isso e nada mais, dá vontade de voltar.

Cine Bodó bate à porta, como quem espera resposta. Estive feliz, mas não sistematizei, pois agora a demanda da vez, vamos ver o quê será possível fazer? Como se pode conceder? Como as coisas irão acontecer? Bater de porta em porta, né? Vergonha na cara já saiu de cena!

E se nada acontecer, você fez questão de se mover? De alguma forma, o quanto a segurança sustentar, tripé. Lembrei das pernas gigantes do nosso beababá.... de alguma forma vai estar? Trapiche, ponte, palafitas... aqui pelas bandas da orla de lima Palafita é restaurante caríssimo.

Preciso de um tripé. Já filmei um monte.... de imagem de arquivo? É pois edição que é bom, nada de mobilizar. Aliás, edição, ponderação, construção real; nada? Da frase que anda guiando fica a tal da "manutenção, tempo e movimento"; talvez por isto e pra isso a exposição. Pedaços.

Sair para entender o sentido das coisas requer intuição; segui-lás sem interrogação é questão de refrão. Mais uma vez ele pesa, pondera situação na contramão. Talvez você não me entenda, apenas feche a aba, tudo bem... depois de um tempo sem a prática do hábito, habita um porém.

A insustentável leveza do eterno retorno me persegue, aquele alvoroço. Perfume do invisível?

Mando mensagem para os que gosto, depois escolho outro. Outras. A internet realmente deixa muito à margem. Lembrei da artista paraense sendo carregada pela rua, de modo arbitrário; lembrei do ouro que é retirado da mineração; lembrei das crianças e dos professores. Fazer o quê com lembranças?

Soube da mudança do secretário pela minha irmã, toda engraçadinha. Elizabeth tem a gargalhada esticada, como quem se estende. Nuvem, sombra de carinho.... sinto falta dela, de não acompanhar seus primeiros passos, um pedacinho pelo menos... ainda fico me perguntando como ser tia, pode?

Entre serpentinas, dissoluções e decisões. Espero você me sufocar pra avoar, mas e a falta do caminho próprio? Solidão? Entrelaçar sonhos não é algo pra se ter convicção; certeza mesmo só depois de uns anos. Como se refazer com você? Sonho solitário é só um sonho solitário...


Frame de um Videoarte argentino sobre o período de Ditadura no país.
Exposto na primeira Bienal do Sul, com países do mundo inteiro.

O fato de eu fazer de conta que não me importo com os olhares alheios, faz eu falar de mim neste momento. Na realidade o intuito do "Nuvens de Praia" é outro, estou fugindo ao tema pois talvez seja necessário. Agora poderia ir assistir um filme, escrever e-mail, ler um livro, Não? Procrastinação!

É um pouco escandaloso deixar as questões semelhantes aos quesitos de construção, pra quê manter? Como algumas reflexões nos levam à uma prática coerente ao que pensamos do caminho? Pois seguir com as bases consolidadas ao longo do caminho é uma questão de escolha. Vai me conceder?

Fazer de conta que não se importa é performance do baixio das bestas... grito de afirmação.

Relacionar uma realidade presente diariamente ao colocar a cabeça no travesseiro, não me diminuiria o fardo, então o pior deixo guardado pra mim. Ministério da Cultura, poderia ser um lembrete dona Dheik? O Curta Novembros? Os ensaios do caminho? As dívidas de Manaus? O roteiro inacabado?

Não sei. 

Por isso me ponho aqui, estagnada, parada, esperando o portão abrir, podemos rir? Alguns diriam que era pra chorar. Não vou desesperar.... o Antropólogo sempre diz que não adianta se debater, o quê é razão de ser não está aqui pra esclarecer, deixe acontecer. Tome as rédeas, pense no final. Terreiro.


Uma homenagem à Eparrêi Filmes, Artrupe produções e Rio Tarumã Filmes.

Agora vou falar de uma pequena mágoa; sim, mágoa de cinema.... gosto dos números, mas nem sempre eles compõe o quê chamo de rastro equivalente, fazer o quê não dá pra saber? Gostaria de ter contribuído na terceira proposta, mas não foi possível. Será na sétima, décima primeira?

Aí a questão já é performance; e segundo ele a qualidade da performance é o quê vale prender atenção, pois é né? Precisa convencer mana, além do mais, como vai se debater essa coisa de crédito, mérito, qualidade? Música para nossos ouvidos, música meu amor... música! Rima?

Não rima a fraqueza... você não pode ser fraca, não pode não saber, não pode esmorecer! Ah gente, como as mães são fortaleza! As mães que vão definindo e guiando, as mães são mulheres. Mulheres precisam ser respeitadas. Misturei tudo, mas é apenas uma linha transparente. Sem preocupação.


O charme do café da manhã da pequena burguesa, da performance perfeita.
A violência da ditadura, do racismo, do fascismo, do machismo.
Frame de um tema da BienalSur. Lima-Perú.

Então, como seguir as diretrizes? Consegue seguir o plano? Lembro que a primeira curva na nossa distância foi por conta das mudanças de ideias sempre e sempre sempre; sim, ela estava certa e continua certa, fazer o quê? Ele também fala das mudanças.... quero seguir as diretrizes.

Já me perdi do ser humano que fui há uns dez anos atrás, menina que caia na rede de pesca, menina que se jogava sem pressa... Hoje sinto a mulher se esvaindo em incertezas; suportando a realidade com amigos lindos que lembram da beleza de ser e estar ~

Enfim, não pretendo me alongar... era só pra ser uma lembrança da falta de continuidade que ando desenvolvendo, mas prometo ser mais sucinta e objetiva na próxima publicação. Por hora, vou tentar chegar na Bahia... apesar  achar que vou ficar com saudade de Bogotá. O que me restará?


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